Onde Vivem os Monstros

[1h40 madrugada trim, trim, trim, "Paulo" no visor do celular]

- Alô...

- E aêêê, vééi, cai aqui pro Luiz, tá todo mundo aqui, tá show demais!!!

[barulho ao fundo, música, vozes... a coisa deve estar boa mesmo]

- Ué, cara... O foda é que não sei como chega aí... (já pensando em cometer o ato de loucura)

- Perae, perae, perae, vou passar pro Luiz, ele te fala!!!

- E aaaaaaeeeeee, Renan!

- E ae, Luizera!!!! (É... fudeu, a animação do Luiz, Paulo... agora tenho que ir! Ou vou, ou morro!)

- Pra você vir é o seguinte: blablabla, Gran Hills, direita, blabla, Nova Esperança, Zema, Friboi, pá, daí liga, simples.

- Putz... beleza, tô indo!

[corre, arranca fora a cueca, corre, veste roupa, rouba uma garrafa de whisky do armário, pontinha do pé... ti ti ti, vaza!]

[esse tipo de viagem proibida, durante a alta madrugada, geralmente é impossível descrever as sensações que se experimenta... a noite ia alta, o vento era frio, a vontade de se juntar aos iguais era tamanha que a ansiedade fazia tremer as pernas... vai ser do caralho!!!]

- Tô vendo a luz do farol... Aqui!!!

- Cheguei! Ruuuuuuuuuuuuuuuuu

[a primeira coisa que eu notei e concluí foi a seguinte: já era meio tarde, o Luiz ainda não estava bêbado a ponto de me jogar Ypioca de Limão... a conclusão é a de que lá dentro o bicho deve tá pegando e o Luiz, como dono da casa, tá mais moderado pra segurar as pontas. Então o que eu resolvo é que a noite, pra mim, também vai ser mais moderada, afinal, quem sabe...]

[o primeio grande retrato do que foi a "reunião" chama-se Adegmar. Me vem um louco, carregando um lençol, aos tropeços... Parecia o Gasparzinho embriagado]

- Renaaaaaaan!

- E aê, Adeeeegas!

[e aí tudo começou... a entrada... aquela porta... aquela porta que seria a boca para o inferno... ou melhor, sim, não para o inferno, mas a entrada garantida para qualquer lugar parecido com o paraíso!!!!!]

Continua...

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